Observemos algumas marcas do abandono repercutem na idade adulta. As tarefas mais simples são obrigatoriamente dependentes de alguém. Tomar as próprias decisões passa necessariamente pela aprovação do outro. A ausência de atenção exclusiva do outro é encarada como uma ofensa pessoal.
Manter os relacionamentos atuais é um desafio diário, pois o indivíduo acha que não encontrará pessoa igual.
Fica sempre com a sensação de vulnerabilidade, pois é constante a ameaça de ser deixado por alguém.
A aflição na criança pode transformar-se em fobia no adulto. Na linguagem psicanalítica um "Édipo Traumático". O abandono pode ser tanto real, quanto imaginário repercutindo na elaborações traumáticas até a idade adulta. O mais importante no processo analítico é a possibilidade de desconstrução dessas marcas do abandono. No entanto, estas elaborações são feita por aqueles que estão enfrentando o trabalho de ressignificação. O Psicanalista saberá conduzir o processo de desconstrução, recalcamento e resistência inerentes às formas de manifestações inconscientes. Não perpassa à ética na psicanálise a perspectiva de incentivação, ou condução visando um bem-estar sob o foco do psicanalista. O ponto de identificação do que é o bem, ou não, para o paciente é dele. É o analisando quem define e organiza suas vivências a partir do que ele considera um bem-estar. Pronto para embarcar neste processo? Enfrentamento, identidade e coragem são pontos de convergência para desempenhar um bom trabalho analítico.
Por isso,
Paulo Bandeira

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